POLÍTICA - As faces do segregacionismo

        

      Não é de hoje que os conflitos raciais nos estados sulistas norte-americanos existem. Há um problema centenário nessa região: a ideia de que os negros são inferiores. 

      Durante o povoamento das treze colônias, os americanos do sul do território, por ostentarem de terras férteis, implementaram um sistema de produção agrícola baseado na mão de obra escrava de africanos, o que explica – em partes – a mentalidade retrógrada persistente em alguns habitantes brancos daquela região. 

      O segregacionismo esteve muito presente na idade contemporânea, principalmente no século XX. São incontáveis os movimentos políticos radicais, datados do mundo pós-Primeira Guerra que prometeram livrar o povo de problemas socioeconômicos e acabaram submetendo milhares de pessoas à ditaduras sustentadas por preconceitos. Como alertou Hannah Arendt em sua magnum opus, Origens do Totalitarismo: “a história ensina que a subida ao poder e a posição de responsabilidade afeta profundamente os interesses dos partidos revolucionários”.

       As influências fascistas/nazistas são, demasiadamente, nítidas nos moradores racistas da cidade de Charlottesville. Torna-se melancólico fitar pessoas, em pleno século XXI, que se deixam enfeitiçar pela demagoga visão preconceituosa desses sistemas e que, ainda por cima, acreditam que os complexos problemas políticos atuais podem ser resolvidos com soluções simplistas e sanguinárias de ditadores malucos.

      Não deixe-se atrair pelas ideologias pseudocientíficas que levaram países como Itália, Alemanha e Rússia à décadas de repressão e divulgação de factoides morais. Devemos, enquanto cidadãos dotados de memória, inundar de informação coesa e verídica esse mundo globalizado, não permitindo, assim, que nossos fantasmas do passado habitem novamente o planeta e a cabeça dos avoados e esquecidos.

       
Bruno Vieira, 2º Etim Administração

   

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