Poucas pessoas reconheceriam o nome Susan Polgar se o vissem.
Trata-se, simples, de uma das maiores jogadoras de xadrez de todos os tempos.
Nascida no final da década de 60, na Hungria, possuiu um
ambiente familiar propício para o florescimento de suas habilidades como
enxadrista. Seu pai, psicólogo, dedicava sua vida ao estudo da genialidade. Seu
objetivo era entender o porquê da destreza de figuras incríveis como Mozart,
que, com apenas quatro anos, já compunha e tocava como poucos.
Mozart é o arquétipo perfeito do jovem que “nasce” com habilidades
especiais. Para muitos, suas composições precoces podem ser explicadas por uma
palavra: dom. Mas para o pai de Susan (László Polgár)
essa concepção está errada. Para ele, o que justifica a técnica prematura de
certas pessoas é, na verdade, o contato com determinada área desde muito cedo.
Mozart, por exemplo, foi filho de um músico, maestro e compositor, o que lhe proporcionou
contato direto com esse mundo a partir da primeira infância.
Para testar sua teoria Lászlo elaborou um plano. Transformaria
sua filha (na época recém-nascida) em um gênio. Para tanto, resolveu treiná-la em
matemática. Entretanto, Susan escolheria seu próprio caminho.
Em um dia de tédio, enquanto seu pai estava fora, passou
vasculhar a casa, encontrando um tabuleiro de xadrez. Sua curiosidade logo se
aflorou. Assim que seu pai chegou em casa, Susan o intimou a ensiná-la o jogo.
Para Lászlo, era a oportunidade perfeita. Ele a treinaria para ser um gênio no
xadrez.
A caminhada de Susan não seria fácil. Durante a década de 70
(o que ainda se reflete atualmente, mas em menor escala) o xadrez era
considerado território exclusivamente masculino. De acordo com o pensamento
vigente na época, mulheres não possuem capacidade intelectual suficientemente bem
desenvolvida para o jogo. Nesse cenário, apenas alguns meses após iniciar seus
estudos enxadrísticos, Susan derrotou vários jogadores experientes no principal
clube de xadrez de Budapeste. As desculpas dadas pelos perdedores foram as mais
variadas (fome, dores, sono, etc...). Afinal, não podiam simplesmente admitir
terem perdido para uma criança, muito menos para uma menina.
Aí começava a vitoriosa trajetória de Susan, que veio a tornar-se a primeira grande-mestra de
xadrez da história (com apenas 15 anos, já sendo considerada a melhor jogadora
do mundo), campeã Húngara de Xadrez, campeã
mundial de xadrez
rápido e de xadrez
blitz, além de também
levar o título de Campeã Mundial
Feminina de Xadrez, entre 1996 e 1999.
Susan Polgar é o
perfeito exemplo de quebra de paradigmas, servindo como excelente figura para
representar uma Pelé de outros esportes.
Felipe Tiago, 2º Etim Administração
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