ENTREVISTA - Psicóloga






     Estive com a Dra. Luciane dos Santos Carneiro, psicóloga, pedindo explicações e sugestões sobre a valorização da vida.

Falar em valorização da vida é algo muito extenso, cheio de caminhos, por isso decidimos focar em problemas tão comuns, mas que afetam a maioria das pessoas: suicídio, ansiedade e depressão.

“Primeiro de tudo, precisamos entender que a pessoa que comete o ato suicida não quer morrer. Sua intenção não é acabar com a vida, mas sim com seu sofrimento, sofrimento esse que pode ser causado por situações diversas que ocorrem todos os dias.” Explica a psicóloga. 

Ao longo da conversa questionei-a sobre os possíveis procedimentos que poderiam ser realizados em casos como esses, principalmente dentro de escolas e meio público.

“O que deve ser observado é a dinâmica do local: como as pessoas convivem? Será que os grupos são bons para notar uma mudança?”, continua “É importante que as pessoas observem as mudanças de comportamento, uma vez que uma pessoa é tão quieta, não se enturma ou evita qualquer tipo de relação. Esse é o segundo passo.

Dentro de uma escola é importante que ajam campanhas e conversas que abordem esses assuntos. O BULLYING, a ANSIEDADE e a DEPRESSÃO, são questões muito presentes e muitas vezes ignoradas por nós. Conscientização e um pouco de conversa podem ajudar muito, inclusive a salvar vidas. Muitas vezes, as relações que temos em casa não são iguais a que temos em outros ambientes, por isso o diálogo é importante para descobrirmos que há outras pessoas que podem nos apoiar.

No entanto, é sempre recomendado que aja o auxílio de um profissional. A ansiedade, por exemplo, é uma reação normal do nosso organismo: quando há um assalto perto de nós, a tendência é que aja uma tensão no nosso corpo. Nossos batimentos aceleram e ficamos apreensivos. Isso é uma reação de ansiedade natural.

Outro exemplo é na questão escolar: Um aluno estuda para uma prova, sente-se nervoso com a mesma, mas ainda consegue ter uma noite de sono. Quando acorda, permite-se dar mais uma revisada e consegue fazer a prova.. Isso também é natural, são tensões que ocorrem no nosso corpo.

Dentro do ambiente escolar, onde foi citado que há tanta pressão, pode haver dinâmicas que ajudem na concentração e relaxamento do aluno antes de um teste ou atividade que venha a deixá-lo nervoso. Exercícios de respiração são bastante eficazes.

No entanto, tudo tem limite. Quando todas essas situações começam a incluir sintomas mais fortes, como por exemplo a sudorese, insônia, dores de barriga e falta de ar, são sinais de que o quadro esteja se agravando. Até mesmo a automutilação, que é um assunto complicado de falar quando existem críticos que ainda dizer ser uma forma de chamar atenção. Nenhuma dor é carência. Dor é reação, muitas vezes causada por más ações do próximo.  Não é normal uma pessoa se sentir tão mal a ponto de não conseguir realizar uma simples tarefa. Nesses casos, é de extrema importância à procura de uma ajuda profissional.

Manter vínculos com o próximo é essencial, pois ajuda a identificar quem precisa de uma mão. Raramente a própria pessoa nota sua necessidade, e isso faz com que uma amizade seja de suma importância na vida de alguém.

Hoje nós temos meios de ajuda próximos de nós, como por exemplo a CVV (Centro de valorização a vida), que atende mais de centenas de ligações por mês, prevenindo tragédias. E temos nós, psicólogos, dispostos a ajudar, sempre.”
                       
Entrevista por Michaela Romera, 2° ETIM Design de Interiores

        Entrevistada: Dra. Luciane dos Santos Carneiro, psicóloga formada pela UBC, com especialização em psicodrama na PUC e psicopedagogia na UNIP.

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