CRÔNICA - Bagagens



Fonte: https://patrickbridgeman.wordpress.com/2013/07/

     Há alguns dias me peguei pensando em um episódio de How I Met Your Mother que assisti em uma tarde fria qualquer comendo sonho de padaria. A série é cheia de episódios famosos e marcantes e na verdade este não tem lá muita relevância e pra ser sincera não chamou a minha atenção logo na primeira vez em que assisti. Até que em algum momento da semana resolvi me sentar em um banquinho de pedra fria e observar as pessoas andando, lendo, conversando e até divagando sozinhas pela escola. Foi assim que a lembrança surgiu, com o passar de uma nuvem em frente ao sol que fez com que eu olhasse todos ali de uma forma diferente.

O episódio fala sobre bagagens, mas não este tipo de bagagem que veio na sua cabeça, bagagens do tipo emocionais  que carregamos e nem percebemos. Durante todo o episódio Ted (protagonista) tenta descobrir qual é o peso que sua nova namorada traz consigo, qual é o seu grande "PORÉM" . Em uma cena que eu particularmente gosto, as pessoas andam pela rua carregando malas estampadas com seus traumas como se realmente fossem uma bagagem. No fim Ted percebeu que a garota tinha sim um peso mas ele também acabou vendo bem a sua frente sua própria bagagem.

É uma lição importante que ele passa, todos temos algum fardo por mais que não percebamos. Foi refletindo sobre essa mensagem que comecei a me perguntar que tipo de bagagens cada “pessoinha” da minha vida guardava para si. Como seria se essas bagagens deixassem de ser fictícias, tomassem forma física e todos pudessem nos ver as carregando dia após dia? Será que enxergando o tamanho do peso que aquela garota bonita carrega a olharíamos com mais simpatia do que inveja? Se todas as manhãs víssemos a crua dor daquele menino estranho o daríamos bom dia? E se aquela garota "metida e esnobe" carregasse um enorme baú de insegurança ao passar por você, aposto que até a daria um abraço.

É isso que me preocupa, o fato de não compreendermos a dor do outro se não a vermos ou sentirmos. Não deveria ser assim já que todos presenciamos a dor, a angústia e o desafio de se levantar de manhã e enfrentar o mundo.

Onde fica a empatia nisso? Se enfrentamos provações e dificuldades a cada segundo de vida por que achamos que com alguém seria diferente? Eu te digo o porquê; é mais fácil assim. Se imaginarmos que as pessoas ao nosso redor têm vidas perfeitas e felizes, descarregamos sem nenhum remorso nossas frustrações em cima delas, o que não posso negar, causa um alívio profundo, mas infelizmente não é a verdade. Todos levamos pesos por aí, você não é o único carregando um fardo. Mas se posso te contar um segredo, malas ficam muito mais fáceis de levar quando estamos carregando juntos.



Luana Mendes, 2º Etim Administração

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